terça-feira, 31 de maio de 2011

Inscrições para a Pós-Graduação na UENF

A Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação da UENF divulga o Edital de Seleção da
Pós-Graduação referente ao 2º semestre de 2011. As inscrições podem ser feitas de 01 a 30/06, de 9h às 12h e de 14h às 17h (exceto sábados, domingos e feriados) nas
Coordenações dos Programas.

Estão sendo oferecidas 79 vagas para cursos de mestrado e outras 41 para cursos de
doutorado, distribuídas da seguinte forma: Ecologia e Recursos Naturais (11 para
mestrado e 04 para doutorado), Produção Vegetal (18 e 12), Genética e Melhoramento
de Plantas (03 e 04), Ciência Animal (09 e 05), Cognição e Linguagem (05 para
mestrado), Engenharia e Ciência dos Materiais (13 para mestrado e 12 para doutorado) e
Engenharia Civil (20 e 04).
Veja mais informações no Edital

Projeto dificulta aproximação entre Marina e PSDB


A ex-senadora tenta articular uma frente com entidades da sociedade civil. O primeiro passo seria conseguir uma audiência pública no Senado e depois abordar individualmente os 81 senadores.

A surpresa com o PSDB - onde conseguiu atrair para a sua posição apenas um voto, o do deputado Ricardo Tripoli - foi uma das maiores decepções da ex-senadora Marina Silva (AC), terceira colocada na eleição presidencial do ano passado, com a aprovação da proposta do novo Código Florestal na Câmara dos Deputados, na terça-feira. O texto, que libera a exploração econômica em áreas de preservação permanente e aumenta a autonomia de Estados e municípios no setor, teve apenas 63 votos contrários, ante 410 favoráveis.

"Sempre soube que não havia maioria para nossas propostas no PSDB, mas contávamos conseguir de sete a oito votos. Brinquei com o Tripoli dizendo que ele é um espécime em extinção", comentou Marina, que esteve sexta-feira em Belo Horizonte para um evento na Escola de Direito Dom Helder Câmara. No segundo turno da eleição presidencial, Marina permaneceu neutra e bloqueou movimentos no PV para o apoio ao tucano José Serra.

A votação do Código Florestal no Senado leva Marina a voltar-se para o governo federal. O PT negou metade de seus votos na Câmara ao novo texto e a presidente Dilma Rousseff sinalizou que poderá vetar a proposta. É com a presidente que Marina conta mais. "Conheço bem o Senado e sei que o PMDB e a bancada ruralista têm mais força na casa, mas vamos envolver a sociedade em um movimento amplo de modo a dar sustentabilidade política para o veto, se o Senado não reformar a proposta", comentou.

A ex-senadora tenta articular uma frente com entidades da sociedade civil como Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). O primeiro passo seria conseguir uma audiência pública no Senado e depois abordar individualmente os 81 senadores.

A polêmica do Código Florestal interrompeu momentaneamente a trajetória de conflito entre Marina e a direção nacional de seu partido, que se iniciou quando a Executiva que dirige o PV prorrogou o mandato do presidente nacional da sigla, deputado federal José Luiz Penna (SP), até 2012. Marina e a bancada do PV na Câmara, que é alinhada à direção nacional, atuaram juntos na fracassada tentativa de deter a tramitação da nova lei. Mas a ex-senadora sinalizou que a tensão interna deve prosseguir.

"O partido já fez a revisão programática, mas ainda aguardamos a renovação democrática", disse. A ex-senadora estava acompanhada pelos dois pré-candidatos do PV à prefeitura de Belo Horizonte, o deputado estadual Délio Malheiros e o ex-deputado federal José Fernando Aparecido e o presidente estadual da sigla, o ex-vice-prefeito de Belo Horizonte Ronaldo Vasconcelos.

(Valor Econômico)

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Todos lá!!

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MATÉRIA GRAVE EM O GLOBO DE HOJE: Emissão de gases do efeito estufa bate recorde em 2010, afirma relatório da AIE

Aumento da emissão de gases do efeito estufa em 2010/ AFP

A emissão de gases do efeito estufa bateu recorde no último ano, no que foi a maior liberação de carbono na atmosfera já registrada, diminuindo as esperanças de manter o aquecimento global em níveis seguros difíceis, de acordo com um relatório da Agência Internacional de Energia (AIE), ao qual o "Guardian" teve acesso.

Essas informações significam que o objetivo de prevenir um aumento de temperatura de mais de dois graus Celsius - que cientistas dizem ser o limite para mudanças climáticas potencialmente perigosas - deve se tornar apenas uma "bela utopia", de acordo com Fatih Birol, economista chefe da AIE. Também mostram que a maior recessão global nos últimos 80 anos, a crise de 2008, teve apenas ume efeito mínimo nas emissões, contrariando algumas previsões.

No último ano, um recorde de 30,6 gigatoneladas de dióxido de carbono (CO2) foram despejados na atmosfera, oriundos principalmente da queimas de combustíveis fósseis - um aumento de 1,6 Gt em relação a 2009, de acordo com estimativas da AIE.

Energia nuclear:Alemanha decide fechar usinas nucleares até 2022 - LEIA MATÉRIA ABAIXO.

A maior parte do aumento - cerca de três quartos - veio de países em desenvolvimento, já que as economias emergentes têm resistido mais à crise.

- Estou muito preocupado. Essa é a pior notícia sobre emissões - disse Birol ao Guardian. - Está se tornando extremamente desafiador permanecer abaixo de dois graus. A perspectiva está ficando mais sombria. É isso que os números dizem.

O professor Lord Stern, da London School of Economics, autor do influente relatório Stern, sobre a economia das mudanças climáticas, avisou que se o padrão se mantiver, os resultados serão terríveis.

- De acordo com as projeções do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, esse caminho indicaria cerca de 50% de chances de aumento na temperatura média global de mais de 4 C em 2100. Essa temperatura acabaria com a vida e o sustento de centenas de milhões de pessoas em todo o planeta, levando a uma migração em massa e a conflitos. Este é um risco que qualquer pessoa em sã consciência iria procurar reduzir drasticamente- ele disse.

Birol disse ainda que desastres poderiam ser evitados, se os governos atendessem aos avisos.

- Se nós tivermos uma ação decisiva, incisiva e urgente, ainda temos uma chance de obter sucesso - ele disse.

Um alerta urgente para os governantes

A AIE calculou que, se o mundo quiser escapar dos efeitos mais danosos do aquecimento global, as emissões anuais relacionadas à geração de energia deveriam ser não maiores que 32Gt em 2020. Se as emissões deste ano aumentarem tanto quanto em 2010, esse limite será excedido nove anos antes, tornando impossível manter o aquecimento em níveis possíveis de controlar.

As emissões relacionadas à energia caíram timidamente entre 2008 e 2009, de 29,3Gt para 29Gt, devido à crise mundial. Um pequeno aumento foi previsto para 2010, conforme a recuperação das economias, mas a escala de aumento chocou a AIE.

- Eu estava esperando uma repercussão, mas não uma tão grande - disse Birol, que é considerado um dos maiores especialistas em emissão.

John Sauven, diretor-executivo do Greenpeace no Reino Unido, comentou o relatório:

- Essas notícias deveriam chocar o mundo. No entanto, mesmo agora, os políticos em cada um dos grandes poderes estão procurando formas extraordinárias e arriscadas de extrair as últimas reservas de combustíveis fósseis do mundo - mesmo sob o derretimento do gelo do Ártico. Você não precisa apagar um incêndio com gasolina. Será preciso agora que nós o impeçamos.

O representante do Greenpeace acrescentou que, enquanto os dados de emissões são muito ruins, houve outros fatores que tornam ainda mais improvável que o mundo alcance suas metas relacionadas à contenção do aquecimento global.

Cerca de 80% das centrais de energia passíveis de serem usadas em 2020 já estão construídas ou em construção, levantou a AIE. A maioria é de centrais de combustíveis fósseis que dificilmente serão inutilizadas nos próximos anos. Eles então continuarão a emitir carbono - possivelmente em meados do século. As emissões dessas centrais somam cerca de 11,2Gt, num total de 13,7Gt do setor de eletricidade. Isso significa que é preciso compensar esse quadro em outras áreas.

Outro fator que sugere que as emissões vão continuar aumentando é a crise na indústria de energia nuclear. Seguindo os efeitos da tsunami em Fukushima, Japão e Alemanha anunciaram restrições em seus programas de reatores.

- As pessoas podem não gostar da energia nuclear, mas está é uma das principais tecnologias de geração de eletricidade sem emissão de CO2 - disse Birol.

O espaço deixado pela redução das ambições nucleares no mundo todo provavelmente não será inteiramente compensado por energias renováveis, significando um aumento na exploração de combustíveis fósseis.

Somado a tudo isso, as negociações lideradas pela ONU para um novo tratado global sobre mudanças climáticas estão paralisadas.

- O significado da mudança climática nos debates internacionais está muito menos presente do que alguns anos atrás - afirmou Birol.

Ele lançou um apelo aos governantes para tomarem ações urgentes:

- Isso pode ser um alerta forte. Uma chace de ficar abaixo do aumento de 2C na temperatura do planeta seria se tivéssemos um acordo juridicamente vinculado ou movimentos importantes na direção de tecnologias de energia limpa, eficiência energética e outras tecnologias.

Próximas discussões

Governantes devem se encontrar na próxima semana em Bonn, Alemanha, para a próxima rodada de conversas da ONU, mas pouco progresso é esperado.

Uma pesquisa liderada por David King, conselheiro científico do governo britânico, deve mostrar em breve que o ocidente só conseguiu reduzir as emissões aumentando as importações de países como a China.

Outra questão que preocupa a AIE é o efeito relativamente pequeno que a recessão - a pior desde a crise de 1930 - teve sobre as emissões. Inicialmente, a agência esperava que a redução resultante da crise poderia ser mantida, ajudando a dar ao mundo um "espaço para respirar" e orientando os países num caminho de baixa emissão de carbono. As novas estimativas sugerem, no entanto, que a oportunidade pode ter sido perdida.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/ciencia/mat/2011/05/30/emissao-de-gases-do-efeito-estufa-bate-recorde-em-2010-afirma-relatorio-da-aie-924559859.asp#ixzz1NqtKzC7g © 1996 - 2011. Todos os direitos reservados a Infoglobo Comunicação e Participações S.A.

Alemanha decide fechar usinas nucleares até 2022


BERLIM - O ministro do Meio Ambiente da Alemanha, Norbert Roettgen, anunciou nesta segunda-feira (madrugada em Brasília) que a coalizão do governo da chanceler Angela Merkel concordou em fechar todas as usinas nucleares do país até 2022. Os democratas-cristãos da CDU de Merkel, o partido aliado União Social-Cristã na Baviera (CSU) e o parceiro menor na coalizão, os Democratas Livres (FDP) se reuniram no domingo depois que uma comissão de ética encerrou suas deliberações no fim de semana. Após negociações, os partidos do governo concordaram com as propostas de fechar dentro de uma década todas as 17 usinas nucleares do país.

- É definitivo - disse o ministro.

FUKUSHIMA: Sistema de resfriamento do reator 5 volta a funcionar

Rottgen acrescentou que os sete reatores mais antigos retirados de atividade após o desastre nuclear de Fukushima, no Japão, em março, ficarão permanentemente fechados. O acordo prevê que em 2018 seja decidido o prazo final para o desligamento de todas as usinas.

As três usinas nucleares mais novas podem ser desativadas em 2021, mas possivelmente atrasarão seu fechamento para 2022 no caso de surgirem problemas com a o fornecimento de energia. Segundo o ministro do Meio Ambiente, essas unidades devem ser vistas como "reserva de segurança".

Política nuclear alemã revista após desastre no Japão

Em 2010, Merkel tinha decidido prolongar a extensão das atividades dos 17 reatores do país, com o último programado para ser desativado em 2036, mas o governo reverteu completamente sua política após o desastre nuclear japonês.

No fim de semana, milhares de alemães foram às ruas para pedir o fim do uso da energia nuclear no país. Ativistas do Greenpeace penduraram um cartaz no Portão de Brandeburgo, cartão postal de Berlim, em protesto contra o uso da energia na Alemanha.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2011/05/30/alemanha-decide-fechar-usinas-nucleares-ate-2022-924559709.asp#ixzz1Nqu2S1KZ © 1996 - 2011. Todos os direitos reservados a Infoglobo Comunicação e Participações S.A.

Nova técnica pode dobrar o número de pulmões liberados para transplantes

O transplante de pulmão salva vidas

Uma nova técnica desenvolvida no Instituto do Coração (Incor), em São Paulo, poderá dobrar o número de pulmões disponíveis para transplantes. O método permite recuperar órgãos que normalmente seriam descartados e usá-los em pacientes.

– O transplante de pulmão é um transplante onde nós conseguimos apenas uma quantidade pequena de órgãos. De cada 10 doadores não vivos de rim, nós conseguimos aproveitar um pulmão – disse o chefe de Cirurgia Torácica e Transplante Pulmonar do Incor, Fabio Jatene.

Segundo o médico, isso ocorre porque o órgão respiratório se deteriora rapidamente:

– O pulmão é um órgão que se infecta com muita facilidade e acumula líquidos com muita facilidade.

Com o procedimento que foi recentemente aprovado pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa, vinculada ao Ministério da Saúde, para ser usada em pacientes, Jatene espera que o aproveitamento suba de 10% para 15% e até 20% dos órgãos disponíveis.

– A nossa expectativa é quase dobrar (o número de transplantes) – prevê.

Existem hoje 85 pacientes na fila de espera por um pulmão no estado de São Paulo. Jatene disse que no ritmo atual para as cirurgias de transplantes de pulmão, a espera pelo atendimento pode durar três anos.

– Anualmente nós perdemos uma quantidade importante de pacientes que não conseguem aguentar um tempo tão longo – lamenta.

O médico ressaltou, no entanto, que os pacientes poderão optar por receber um órgão “recondicionado”, ou esperar por um pulmão que esteja naturalmente em boas condições.

– Evidentemente que nós vamos informar que o órgão destinado a ele seria um órgão submetido a essa técnica do recondicionamento. Se houver aceitação, será feito (o transplante) – explicou Jatene.

a br/sp

sábado, 28 de maio de 2011

Empresa do dono do futuro porto perturba o bairro da Glória no Rio de Janeiro

Desmonte do Hotel Glória traz transtornos à vizinhança

(Do blog http://www.soniarabello.com.br , vereadora verde no Rio de Janeiro)

Um cronograma “furado”, um projeto sem muitos detalhes e muitos “imprevistos”, somados ao barulho ensurdecedor de máquinas durante todo o dia, à poeira contínua e ao desconforto compulsório sem data prevista de finalização, tumultuam o cotidiano dos moradores da Rua do Russel, na Glória. Esta é a realidade do processo de desmonte do Hotel Glória.

Há quase dois anos, a demolição do antigo hotel para a implantação do “Glória Palace”, pela empresa EBX, ainda não tem data prevista de finalização, “e já foi postergada cinco vezes!”, conforme relata uma moradora do local. “Está praticamente inviável trabalhar em casa: o cotidiano ficou muito abalado por dores de cabeça e alergias respiratórias sérias, além da perda de equipamento. A vizinhança ficou deserta e perigosa. Andar na rua é uma aventura”, relata.

Em reunião com este site, alguns moradores afirmaram estar cientes dos possíveis benefícios para a área após a conclusão das obras. Entretanto, questionam a verdadeira “avalanche de pontos negativos” na qualidade de vida na região.

Representantes da empresa responsável se mostram sempre muito solícitos quando questionados. Porém, a falta de informações e atenção aos problemas que se avolumam soma-se à notória ausência de um planejamento sobre o impacto da obra sobre a vizinhança.

Uma vez que a questão se estende por muitos meses, entre as muitas reivindicações dos moradores estão os seguintes programas:

- Apoio às atividades produtivas locais
- Supervisão ambiental de construção
- Gerenciamento dos resíduos sólidos
- Controle de emissões atmosféricas e de poeira
- Controle de ruídos
- Monitoramento da qualidade do ar e do conforto acústico
- Apoio à infraestrutura local
- Monitoramento das interferências que geram substantivo declínio das atividades no trabalho de profissionais autônomos.

Resta saber quando a empresa EBX se pronunciará a respeito dessas diversas demandas e os órgãos competentes agilizarão uma fiscalização na região. Sobretudo porque o projeto inicial da obra em questão, que pode já ter sido descaracterizado, foi beneficiado com milhões de reais do BNDES.

Hepatite C: Novo remédio chega ao Brasil em outubro

O remédio vai complementar a esperança de cura dos portadores de hepatite C

Um novo remédio contra a hepatite Cdeve chegar ao Brasil em outubro. O Incivek, nome comercial do componente telaprevir, pode aumentar a chance de cura em até 79%. A agência de alimentos e medicamentos do Estados Unidos (FDA) aprovou a nova fórmula na última segunda-feira. O custo da medicação nos EUA varia entre US$ 20 mil e US$ 30 mil. Segundo o presidente da Associação Brasileira de Portadores de Hepatite (ABPH), Humberto Silva, o composto é visto com otimismo.

– Esse remédio vai complementar a esperança de cura dos portadores de hepatite C que há 20 anos vêm se tratando. No Brasil, são 3 milhões de pessoas infectadas, e apenas 10% sabem que estão doentes. É uma coisa assustadora.

Ao chegar ao país, o medicamento precisará ter o aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para ser comercializado. O Ministério da Saúde ainda não sabe qual será o valor do remédio no mercado nacional ou se o composto será distribuído no Sistema Único de Saúde (SUS).

Além desse medicamento, foi aprovado em maio, o Victrelis, nome comercial do componente boceprevir. É um inibidor de protease – enzima de ligação fundamental para a multiplicação do vírus da hepatite C e age de maneira muito semelhante ao Incivek.

A hepatite C age no organismo por vários anos sem desenvolver qualquer sintoma, até causar a cirrose (falência hepática) e, em outros casos, também o câncer de fígado. E ainda é dividida em quatro tipos de vírus: 1, 2, 3 e 4 – chamados de genótipos. O Incivek vai agir no genótipo 1, que é justamente o mais difícil de tratar, pois é resistente aos remédios que existem.

O presidente da ABPH explica que o tratamento da hepatite traz alguns efeitos indesejáveis. Os cabelos caem, os pacientes sentem dores na cabeça, no corpo. Ele ressalta que o novo medicamento será usado de maneira complementar.

– Esse remédio não substitui os já existentes que é o Interferon (injeção semanal) e a Ribavirina (cápsulas diárias). O Incivek são cápsulas diárias, que deverão ser acrescentadas aos dois medicamentos, e tomadas por 12 semanas.

Silva alerta para a importância do teste, que pode ser feito por meio de exames de sangue, ou uma biópsia do fígado.

– Pessoas de 30 a 60 anos, pessoas que tiveram transfusão de sangue, que vão muito a dentistas, que possuem tatuagens no corpo, estão no grupo de risco.

-c do brasil-

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Produtora de arte de Cordel Encantado desconhecia o campista Nilo, também.

esta é a foto do cenário. comum a qualquer campista

Quem gosta de observar cenários, às vezes pega um equívoco ou outro. Ana Maria Magalhães - penso ser aquela que em Campos, no ginasinho do Automóvel Clube, quando tratava de um enredo de escola de samba do Rio soltou uma pérola: "Temos que tratar Campos com a sua história. História que tem heróis como Benta Pereira...". Na novela Cordel Encantado, comete outro equívoco ao dizer que o romance se passa em período atemporal.

Digo isso porque no gabinete do Delegado Batoré, atrás da sua mesa de trabalho pode ser percebido claramente uma fotografia de Nilo Peçanha (se não é, foi baseado). Naturalmente o presidente da época - ou não teria motivo de estar ali. Como o campista assumiu a presidência da república após a morte de AfonsoPena, em 14 de junho de 1909, e governou até 15 de novembro de 1910, a novela tem sim época específica. Ou não?!?!?!

Abaixo o texto do site da novela que fala sobre o assunto:

>Produtora de arte de Cordel Encantado, Ana Maria de Magalhães define a mistura de elementos do folclore brasileiro como o principal ingrediente da novela. Para Ana Maria, o desafio é trabalhar com uma trama que não está presa a uma época específica. "Em Cordel, existe uma liberdade com que eu nunca tinha trabalhado. E, por mais que a trama seja fantasiosa, há um princípio para o comportamento dos personagens. Foi isso o que deu mais trabalho”. Confira a entrevista com a produtora de arte:

Os tons em vermelho dão um toque de luxoOs tons em vermelho dão um toque de luxo

Quanto tempo de pesquisa foi necessário para a produção de arte? A Amora (Amora Mautner, diretora-geral da novela) me chamou em setembro do ano passado. Eu fiquei muito assustada, porque a novela era muito diferente. Entrei no final de outubro para produzi-la. Na verdade, objetivamente, só tivemos dois meses de pré-produção. Uma novela desse padrão é como se fosse duas tramas das oito em uma das seis. Então, foi um tempo curto.

Qual é o maior desafio em Cordel?
A novela é um desafio porque ela é de época, mas não está presa a uma data. Tem uma liberdade com que eu nunca tinha trabalhado. Mas nem por isso deixou de ter pesquisa, e todo dia tem uma novidade, todo dia é uma dificuldade. Lidar com a parte de realeza, por exemplo, é complicado, porque não é o nosso universo. Nós tivemos uma corte no Brasil muito diferente. A gente foi olhar a realeza europeia do final do século, os costumes, os modos à mesa, o serviço à francesa. Por mais que a trama seja fantasiosa, existe um princípio para o comportamento dos personagens. Foi isso o que deu mais trabalho.

Senadores planejam lei florestal mais rígida

Possíveis relatores querem alterar anistia a desmate; Aldo Rebelo critica cientistas.

Cotados para as relatorias do Código Florestal no Senado, Luiz Henrique (PMDB-SC) e Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) já trabalham para mudar pontos polêmicos no texto aprovado pela Câmara.

Luiz Henrique quer alterar a anistia aos desmatadores, enquanto Rollemberg tem na mira as regras para que os estados participem de regularização ambiental. Henrique deve fechar o texto na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça do Senado). O peemedebista adotou um discurso alinhado com os ambientalistas. "Não quero deixar margem para anistiar quem degradou as áreas para enriquecimento ilícito."

O governo rejeita a anistia. O texto da Câmara legaliza todas as atividades agrícolas em APPs (Áreas de Preservação Permanente), como várzeas e topos de morros, mantidas até julho de 2008.

Ligado aos ambientalistas, Rollemberg quer reduzir o poder dos estados na regularização ambiental. A ideia é que o governo federal estabeleça as regras e que os estados só tenham autonomia para ampliar áreas protegidas. Pelo texto da Câmara, os estados terão a prerrogativa de criar seus programas de regularização, o que faz o governo temer mais desmate.

Lobby - O deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP) acusou ontem parte dos pesquisadores da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência) de serem financiados pelo "lobby ambientalista" formado por organizações como Greenpeace e WWF.

"A SBPC, quando foi convocada pela comissão especial da Câmara, negou-se a comparecer", disse. "Quando procurada pelo lobby ambientalista, que paga a alguns dos pesquisadores - paga, porque eu sei -, a SBPC resolveu se manifestar", completou o deputado.

"O lobby ambientalista internacional instalado no Brasil se habituou durante 20 anos a usurpar o direito da Câmara de legislar." O deputado classificou também a imprensa estrangeira como desinformada. "Países que fazem guerra e não preservam nada da sua vegetação nativa vêm criticar o País que mais preserva no mundo?", questionou.

(Folha de São Paulo)

quinta-feira, 26 de maio de 2011

UENF: Enem inscreve até 10/06. Prova é única forma de ingresso aos cursos da UENF

Estão abertas até 10/06 as inscrições para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) - única forma de acesso aos cursos de graduação presenciais da UENF. As inscrições devem ser feitas através do site do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) até às 23h59 do dia 10/06.

Estão isentos da taxa de inscrição, no valor de R$ 35, os alunos matriculados no último ano (concluintes) do Ensino Médio em instituições públicas de ensino (federais, estaduais e municipais). Também estarão isentos aqueles que declararem carência no ato da inscrição e cuja declaração seja aprovada pelo Inep. As provas estão marcadas para os dias 22 e 23/10/11.

A UENF oferece os seguintes cursos: Agronomia, Biologia (licenciatura), Ciência da Computação e Informática, Pedagogia (licenciatura), Ciências Biológicas (bacharelado), Ciências Sociais, Engenharia Civil, Engenharia de Exploração e Produção de Petróleo, Engenharia de Produção, Engenharia Metalúrgica e de Materiais, Física (licenciatura), Matemática (licenciatura), Medicina Veterinária, Química (licenciatura) e Zootecnia.

Os cursos a distância/semipresenciais Ciências Biológicas e Química, ambos licenciaturas, têm seu acesso através do Vestibular do Consórcio Cederj. Neste caso, as inscrições podem ser feitas até 30/05. Leia mais aqui.

Ponte Municipal ou Alair Ferreira. Na verdade nada!

Não dá para entender o abandono total da ponte Alair Ferreira, também conhecida como ponte Municipal. Um investimento que custou uma boa soma aos cofres públicos está até hoje em total "esquecimento". Sem a sua conclusão, que permitirá uma grande melhoria no trânsito caótico daquela região da cidade, principalmente nos horários de pico, todos sofrem.
Há um desrespeito total com os moradores dos bairros que ela atravessa. Parece que uma bomba passou por ali e ficaram ilhados e esquecidos. Tornou-se uma região feia e abandonada, o próprio retrato de como as coisas de governos anteriores são tratadas pelo atual. Mesmo que quem esteja sendo castigada seja a população.
Atitude desprendida é virtude. O amadurecimento relaxa a alma.

(foto surrupiada da rede por pura preguiça-agradeço ao artista)

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Conselho do Centro de Ciências Biológicas da UFSC divulga carta aberta sobre o "Novo" Código Florestal



O Conselho entende que esta manifestação é essencial para que, juntamente com outras de igual teor, faça o Parlamento perceber o quão grave é votar legislação para a confecção da qual a comunidade científica não foi consultada.

O Conselho do Centro de Ciências Biológicas da UFSC, em reunião no dia 13 de maio, deliberou, por unanimidade, o apoio à Carta Aberta sobre a votação do Novo Código Florestal para divulgação junto à Agecom e demais órgãos de divulgação, Sociedades Científicas e demais interessados. O Conselho do CCB entende que esta manifestação é essencial para que, juntamente com outras de igual teor, faça o Parlamento nacional perceber o quão grave é votar legislação para a confecção da qual a comunidade científica nacional não foi consultada.

Conselho do Centro de Ciências Biológicas/UFSC

Carta Aberta sobre o "Novo" Código Florestal

Considerando a existência de um movimento político para a alteração do Código Florestal Brasileiro e que este movimento não está assentado em uma base científica sólida, nem respaldado por uma ampla discussão participativa dos diferentes setores da sociedade, o Centro de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Santa Catarina, reunido no dia 13 de maio de 2011, apresenta por meio desta algumas posições importantes relacionadas à discussão de um eventual "novo" código florestal:

- Reiteramos e manifestamos total concordância aos termos apresentados pelos cientistas ligados ao Programa Biota-Fapesp[1] em vários meios de divulgação durante o mês de julho de 2010, destacando os seguintes pontos e/ou citações:

- "A alteração proposta reduzirá a restauração obrigatória de vegetação nativa ilegalmente desmatada desde 1965, fazendo com que as emissões de dióxido de carbono possam aumentar substancialmente e, a partir de simples análises da relação espécies-área, é possível prever a extinção de mais de 100 mil espécies, uma perda massiva que invalidará qualquer comprometimento com a conservação da biodiversidade".

- "A comunidade científica foi amplamente ignorada durante a elaboração do relatório de revisão do Código Florestal".

- "A reformulação do código baseia-se na premissa errônea de que não há mais área disponível para expansão da agricultura brasileira e não foi feita sob o escudo de uma sólida base científica. Pelo contrário, a maioria da comunidade científica sequer foi consultada e a reformulação ajustou-se muito mais aos interesses unilaterais de certos setores econômicos".

- "Entre as consequências da aprovação da proposta de reformulação, a carta menciona um 'aumento considerável na substituição de áreas naturais por áreas agrícolas em locais extremamente sensíveis', a 'aceleração da ocupação de áreas de risco em inúmeras cidades brasileiras', o estímulo à 'impunidade devido à ampla anistia proposta àqueles que cometeram crimes ambientais até passado recente', um 'decréscimo acentuado da biodiversidade, o aumento das emissões de carbono para a atmosfera' e o 'aumento das perdas de solo por erosão com consequente assoreamento de corpos hídricos" e comprometimento da produção primária costeira.

- "Se houvesse um movimento para aprimorar o atual Código Florestal, teria que envolver o sentido mais amplo de um Código de Biodiversidades, levando em conta o complexo mosaico vegetacional, bem como os demais organismos associados, do território brasileiro. As novas exigências do Código Florestal proposto têm um caráter de liberação excessiva e abusiva. Enquanto o mundo inteiro repugna para a diminuição radical de emissão de CO², o projeto de reforma proposto na Câmara Federal de revisão do Código Florestal defende um processo que significará uma onda de desmatamento e emissões incontroláveis de gás carbônico".

- "Se a nova proposta for aprovada, a faixa mínima de proteção nas beiras de rios será extremamente reduzida. Topos de morro e áreas acima de 1.800 metros deixam de ser protegidas. As demais áreas, mesmo formalmente protegidas, poderão ser ocupadas por plantações, pastagens ou construções, caso tenham sido desmatadas até 2008 e forem consideradas 'áreas consolidadas'. As principais candidatas a se tornarem áreas consolidadas são justamente as áreas irregularmente ocupadas, que sofrem com enchentes, deslizamentos, assoreamento e seca de rios. Como não haverá recuperação e as ocupações permanecerão, essas áreas serão condenadas a conviver eternamente com esses problemas, perpetuando tragédias como as de Angra dos Reis, do Vale do Itajaí, Alagoas e Rio de Janeiro (região de Nova Friburgo).

"Como mais de 90% dos imóveis rurais têm até quatro módulos fiscais, boa parte deles concentrados no Sul e Sudeste, haverá grandes áreas do país em que simplesmente não haverá mais vegetação nativa, pois são essas áreas também que abrigam o maior número de APPs com ocupação 'consolidada'. Há ainda um grande risco de que propriedades maiores sejam artificialmente divididas nos cartórios para serem isentas da obrigação de recuperação - algo que já está ocorrendo, uma vez que não é eficiente a fiscalização". Adendo nosso: Essa ineficiência de fiscalização é reconhecida nos próprios termos e argumentos da proposta de alteração, ao apontar a inaplicabilidade do Código Florestal e a não inibição de muitos crimes ambientais ao longo de décadas. Numa nação séria e eticamente estruturada, não se pode admitir sua revogação ou modificação, justificada pelo fato de uma lei não ser cumprida por falta de disposição em fiscalizar seu cumprimento, sob o risco de consolidarmos crimes e termos leis descartáveis.

"O principal erro deste 'código novo' é que ele não considera as áreas que foram disponibilizadas para a agricultura historicamente, mas que são de baixa aptidão agrícola e por isso são subutilizadas hoje, sem papel ambiental e com baixo rendimento econômico, como os pastos em alta declividade".

Em relação à anistia proposta para as APPs irregulares: "Quem degradou as APPs não vai precisar recuperar e, pior, poderá continuar usando a área desmatada. Quem preservou vai ser punido". Adendo nosso: Além de todo o dano ecológico, e consequentemente, econômico e social, que pode advir se essa alteração vigorar há um legado negativo, triste e vergonhoso: esse movimento terá conseguido destruir mais de 20 anos de conscientização no campo, desde que a redemocratização do país fez a consciência ecológica e os conceitos de sustentabilidade saírem do claustro da repressão. Um trabalho onde professores, cientistas, pastorais, extensionistas agronômicos e muitos outros cidadãos de bem dedicaram suas vidas será desprezado por interesses tão equivocados quanto nocivos.

"Um inventário produzido pelo Programa Biota-Fapesp em 2010 mostra que mais de 70% dos remanescentes florestais no Brasil estão fora das Unidades de Conservação e se localizam em propriedades privadas. Se não tivermos mecanismos legais para a conservação dessas áreas - como a RL e APP do código atual - elas vão ser degradadas depois da moratória de cinco anos determinada na proposta de alteração do Código".

"A preservação de mosaicos de vegetação, florestas ripárias - ou matas ciliares - e de áreas alagadas, bem como aos demais organismos associados, é fundamental para a manutenção da qualidade da água de rios, lagos e represas. Essa vegetação garante a capacidade dos sistemas para regular o transporte de nutrientes e o escoamento de metais e poluentes. Esses processos atingem tanto as águas superficiais como as subterrâneas. O processo de recarga dos aquíferos também depende muito da cobertura vegetal. A vegetação retém a água que, posteriormente, é absorvida pelos corpos d'água subterrâneos. Com o desmatamento, essa água escoa e os aquíferos secam. A delimitação de faixas marginais de mata é sempre artificial, seja qual for a metragem. Não é possível estabelecer de forma geral uma área de preservação de 15 metros dos dois lados do leito dos rios. Seria preciso delimitar caso a caso, porque a necessidade de preservação varia de acordo com a ecologia do entorno e os padrões de inundação do sistema. A delimitação deve ter caráter ecológico e não se basear em metragens. A modificação na legislação vai na contramão das necessidades de preservação ambiental. Seria preciso preservar o máximo possível as bacias hidrográficas. Mas o projeto prevê até mesmo o cultivo em várzeas, o que é um desastre completo. Enquanto existem movimentos mundiais para a preservação de várzeas, nós corremos o risco de ir na contramão. Com o impacto que provocará nos corpos d'água, a aprovação da modificação no Código Florestal prejudicará gravemente o próprio agronegócio. Se não mantivermos as áreas de proteção, a qualidade da água será afetada e não haverá disponibilidade de recursos hídricos para o agronegócio. Fazer um projeto de expansão do agronegócio às custas da biodiversidade é uma atitude suicida".

"O Código Florestal, criado em 1965, de fato tem pontos que necessitam de revisão, em especial no que diz respeito aos pequenos agricultores, cujas propriedades eventualmente são pequenas demais para comportar a presença das APPs e a RL. Entretanto, qualquer que seja a reformulação, ela deve ter uma base científica sólida. Essa foi a grande falha da modificação proposta, que teve o objetivo político específico de destruir 'empecilhos' ambientais à expansão da fronteira agrícola a qualquer custo. O argumento central da proposta de reformulação foi construído a partir de um 'relatório cientificamente incorreto encomendado diretamente pelo Ministério da Agricultura a um pesquisador ligado a uma instituição brasileira de pesquisa'. 'O relatório concluía que não haveria área suficiente para a expansão agrícola no país, caso a legislação ambiental vigente fosse cumprida ao pé da letra. O documento, no entanto, foi produzido de forma tão errônea que alguns pesquisadores envolvidos em sua elaboração se negaram a assiná-lo'. Um estudo coordenado por Gerd Sparovek, pesquisador da Esalq-USP, que usou sensoriamento remoto para concluir que a área cultivada no Brasil poderá ser praticamente dobrada se as áreas hoje ocupadas com pecuária de baixa produtividade forem realocadas para o cultivo agrícola. 'Melhorando a eficiência da pecuária em outras áreas por meio de técnicas já conhecidas, não há qualquer necessidade de avançar sobre a vegetação natural protegida pelo Código Florestal atual'.

As pastagens ocupam hoje cerca de 200 milhões de hectares, com aproximadamente 190 milhões de cabeças de gado. 'Caso dobremos a lotação de uma para duas cabeças de gado, liberamos cerca de 100 milhões de hectares. A área ocupada pelas três maiores culturas - soja, milho e cana - cobrem uma área aproximada de 45 milhões de hectares. Portanto, com medidas simples de manejo poderemos devolver para a agricultura uma área equivalente ao dobro ocupado pelas três maiores culturas brasileiras'. "O mais paradoxal é que as mudanças beneficiam muito mais os proprietários de grandes extensões de terra do que pequenos produtores". "Se houvesse preocupação real com a produção de alimentos, o governo deveria ampliar e facilitar o crédito aos pequenos produtores, investir em infraestrutura - como estradas e armazenamento - para auxiliar o escoamento desses produtos e, principalmente, investir maciçamente em pesquisas que beneficiassem essas culturas visando aumentar sua produtividade".

Além de reiterar e grifar os pontos acima ressaltamos ainda o seguinte:

Debate científico não significa contratar cientistas para dar pareceres convenientes e alinhados com certos interesses. É algo muito maior, mais ético e mais socialmente engajado. Trata-se de respeitar os valores nacionais, nos quais o país investe, ainda que pouco, para que produzam conhecimento. Desprezar esse conhecimento é uma agressão à ética, à ciência e à soberania nacional.

Não é com a revogação ou abrandamento de leis cientificamente embasadas que o Brasil seguirá um rumo sustentável. Pelo contrário, antes de revogar leis o próprio Estado deveria investir-se de forma mais contundente na consolidação dessas leis. Há anos, nesse país, a sociedade e a imprensa ressaltam que o desrespeito à legislação e a impunidade associada a esse desrespeito são os temas que mais problemas e prejuízos trazem ao verdadeiro desenvolvimento da nação brasileira.

Segundo dados oficiais, em pelo menos 85% das áreas catastroficamente afetadas pela enchente de 2008 no Vale do Itajaí (SC), com desabamentos e soterramentos e mais de 100 mortes, havia alterações ambientais associadas ao desrespeito à legislação ambiental, em especial ao Código Florestal. Ao mesmo tempo, Santa Catarina foi o estado que mais devastou suas florestas no país. Ainda assim, por mais contraditório que seja, logo após as catástrofes de 2008 em Santa Catarina, o Governo desse Estado apresentou um código ambiental estadual, que inconstitucionalmente, invalidava o Código Florestal Brasileiro e inaugurava o movimento de desmantelamento da legislação ambiental brasileira, contestado inclusive pelo Governo Federal e pelo Congresso Nacional. Como na atual proposta de alterações ao Código Florestal, naquela oportunidade, a comunidade científica de Santa Catarina foi amplamente desprezada. A resposta governamental oficial diante da catástrofe ambiental foi incentivar ainda mais a devastação ambiental, formalizando para o país e o mundo um dos piores exemplos de ações governamentais no que se refere ao desenvolvimento sustentável.

Existem excelentes modelos e exemplos de sucesso no mundo, como o que foi feito na região de Nova Iorque. Estudos científicos sérios concluíram que as bacias hidrográficas do entorno da metrópole deveriam ser preservadas e recuperadas para que se garantisse o abastecimento de água em longo prazo para a mesma. O mesmo estudo concluiu que em outros setores das bacias poderiam ser flexibilizadas condicionalmente as áreas de preservação. Através de planejamento e criação de políticas de Estado (e não simplesmente de governos), os pequenos agricultores que tivessem prejuízos comprovados com a destinação de áreas de suas propriedades à preservação permanente, seriam compensados economicamente, sendo que a verba para essa compensação viria do pagamento pelo uso da água na cidade. A própria Política Nacional de Recursos Hídricos, prevê e estimula mecanismos desse tipo no Brasil, mas sua aplicação, por razões políticas e interesses econômicos de grupos restritos não é estimulada.

A comunidade científica de Santa Catarina, em especial aquelas relacionadas ao meio-ambiente, não pode ser desconsiderada quanto a sua competência e dignidade uma vez mais, como tem ocorrido quanto aos atos ou empreendimentos - irresponsáveis sobre o meio-ambiente - impostos como fatos consumados. O país investiu na formação desses cientistas que têm um papel social fundamental: mostrar à sociedade, com imparcialidade e argumentação racional, que certos atos são negativos ao verdadeiro e integral desenvolvimento do país.

A mudança do Código Florestal Brasileiro, especialmente da maneira como está sendo feita, é um ato ético lesivo tanto à democracia, à estabilidade ambiental, à manutenção dos recursos hídricos e da biodiversidade, bem como à manutenção dos serviços ambientais - essenciais à estabilidade econômica e social e dignidade e à soberania nacional. Por essas razões, tal movimento tão pernicioso deve ser contido. Afinal qual será a herança real e de longo prazo que nossa geração deixará as demais?

Florianópolis, 13 de maio de 2011.

Mais informações junto à direção do CCB: Fone (048) 3721-9321.

-Ascom UFSC/Jornal da Ciência_